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sexta-feira, 17 de maio de 2013

Dióxido de carbono atinge maior concentração atmosférica na História…e pode piorar muito


Eventos climáticos extremos, como a seca 2012-2013 no Nordeste brasileiro podem se agravar em níveis sem precedentes caso níveis de CO² continuem aumentando no ritmo atual Foto: Wellington Macedo

Em época de forte seca no Nordeste e outros extremos climáticos pelo mundo, a concentração de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera do Hemisfério Norte superou pela primeira vez na história recente a fronteira simbólica das 400 partes por milhão (ppm). Os dados foram divulgados na sexta-feira (10) pela Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês).

O número representa um preocupante  marco já que foi registrado em Mauna Loa, no Havaí, a estação de medição de dióxido de carbono contínua mais antiga do planeta e que é considerado o principal local de medição de gases do efeito estufa desde que começou a operar em 1958. “É impossível parar a chegada do CO2 aos níveis de 400 partes por milhão. Isso já é um fato. Mas o que acontece a partir de agora ainda importa para o planeta e está sob nosso controle”, afirmou Ralph Keeling, geoquímico do Centro Oceanográfico de San Diego, no comunicado da NOAA.

Os cientistas determinaram que, antes da revolução industrial do século 19, os níveis de CO2 eram de 280 partes por milhão. A taxa de aumento se acelerou desde que começaram as análises contínuas em 1958, ao passar de cerca de 0,7 partes por milhão ao ano naquela época a uma média de 2,1 partes por milhão ao ano na última década.


A última vez em que o nível de CO2 chegou a 400 ppm foi durante o período geológico do Plioceno, entre 3,2 milhões e 5 milhões de anos atrás, quando a Terra marcava de 2 a 3 graus a mais. Esse período coincidiu com a separação entre a espécie humana e as espécies do chimpanzé e do bonobo.

Em ritmo atual haverá colapso da agricultura em 100 anos e gigantesca extinção em massa nos 500 anos seguintes

Já havia uma expectativa de que os índices pudessem ultrapassar o limite de 400 ppm, mas os pesquisadores não previam que isso aconteceria tão rápido, segundo Hilton Silveira Pinto, do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas a Agricultura, da Unicamp.

“No início do século, os índices de concentração de CO2 eram de 370 ppm. Os 400 ppm são equivalentes a um aumento de cerca de 10% no conteúdo de carbono. Pode ser que, em 30 anos, estes números cheguem a 500 ppm, fazendo com que plantas tenham dificuldade em se desenvolver. Caso alcancem os 700 ppm, as plantas não se desenvolverão mais”, relatou o pesquisador. No ritmo atual, isso levaria pouco mais de um século e levaria a um colapso na agricultura.

Mas o quadro poderia ser muito pior num futuro um pouco mais distante. A concentração do gás gerador de efeito estufa poderia chegar a estonteantes 2.000 ppm, em cerca de 600 ou 700 anos, índice similar ao registrado durante a extinção do Permiano-Triássico, há cerca de 250 milhões de anos. A extinção foi a maior conhecida e vitimou 90% das espécies marinhas e 70% das terrestres.

Fonte: blog diário do nordeste- Ceará Científico-

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