Eventos climáticos extremos, como a seca 2012-2013 no
Nordeste brasileiro podem se agravar em níveis sem precedentes caso níveis de
CO² continuem aumentando no ritmo atual Foto: Wellington Macedo
O número representa um
preocupante marco já que foi registrado
em Mauna Loa, no Havaí, a estação de medição de dióxido de carbono contínua
mais antiga do planeta e que é considerado o principal local de medição de
gases do efeito estufa desde que começou a operar em 1958. “É impossível parar
a chegada do CO2 aos níveis de 400 partes por milhão. Isso já é um fato. Mas o
que acontece a partir de agora ainda importa para o planeta e está sob nosso
controle”, afirmou Ralph Keeling, geoquímico do Centro Oceanográfico de San
Diego, no comunicado da NOAA.
Os cientistas determinaram que,
antes da revolução industrial do século 19, os níveis de CO2 eram de 280 partes
por milhão. A taxa de aumento se acelerou desde que começaram as análises
contínuas em 1958, ao passar de cerca de 0,7 partes por milhão ao ano naquela
época a uma média de 2,1 partes por milhão ao ano na última década.
A última vez em que o nível de
CO2 chegou a 400 ppm foi durante o período geológico do Plioceno, entre 3,2
milhões e 5 milhões de anos atrás, quando a Terra marcava de 2 a 3 graus a
mais. Esse período coincidiu com a separação entre a espécie humana e as
espécies do chimpanzé e do bonobo.
Em ritmo atual haverá colapso da
agricultura em 100 anos e gigantesca extinção em massa nos 500 anos seguintes
Já havia uma expectativa de que
os índices pudessem ultrapassar o limite de 400 ppm, mas os pesquisadores não
previam que isso aconteceria tão rápido, segundo Hilton Silveira Pinto, do
Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas a Agricultura, da
Unicamp.
“No início do século, os índices
de concentração de CO2 eram de 370 ppm. Os 400 ppm são equivalentes a um
aumento de cerca de 10% no conteúdo de carbono. Pode ser que, em 30 anos, estes
números cheguem a 500 ppm, fazendo com que plantas tenham dificuldade em se
desenvolver. Caso alcancem os 700 ppm, as plantas não se desenvolverão mais”, relatou
o pesquisador. No ritmo atual, isso levaria pouco mais de um século e levaria a
um colapso na agricultura.
Mas o quadro poderia ser muito
pior num futuro um pouco mais distante. A concentração do gás gerador de efeito
estufa poderia chegar a estonteantes 2.000 ppm, em cerca de 600 ou 700 anos,
índice similar ao registrado durante a extinção do Permiano-Triássico, há cerca
de 250 milhões de anos. A extinção foi a maior conhecida e vitimou 90% das
espécies marinhas e 70% das terrestres.
Fonte: blog diário do nordeste-
Ceará Científico-
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